quarta-feira

O Diário Secreto

Fontes bem informadas do staff do nosso Alcaide (mas que pelos vistos estão já fartos de tanto representarem), fizeram chegar ao nosso conhecimento que o nosso alcaide, tem como livro de mesinha de cabeceira “A vontade de poder – Volume II – crítica dos valores superiores”, do filósofo alemão Nietzsche.

Ficámos admirados com preocupações de leitura tão profundas e difíceis. Uns, diziam que o rapaz deu-lhe agora para ser culto; outros, que era só para armar, (que ele não percebe nada do que lê, mas que sabe decorar bem) para depois mandar tiradas filosóficas, entre os camaradas, dando ares de superioridade.

Mas, depois de sabermos, por alguém que lhe frequenta a casa, que o Alcaide tinha lido, pela segunda vez, e no espaço de cinco meses, o livrinho “O Príncipe”, de Maquiavel, não nos admirou muito a orientação de leitura (coitado, Nietzsche, como ainda és tão mal lido, e pior compreendido!).

A mesma fonte fez-nos chegar ao nosso conhecimento o conteúdo do diário íntimo do nosso Alcaide.

Obviamente que, por razões de moralidade pública, não vamos dar a conhecer ao leitor o lado mais impúdico e escabroso da mente do alcaide quando se refere as pessoas que não vão com ele. Apenas nos interessam aquelas tiradas que melhor ajuízam a personalidade do Alcaide como figura pública bem como em que medida o livro de cabeceira o influencia. Assim:

No dia 9 de Julho do corrente, o alcaide faz a seguinte citação de Nietzshe no seu diário: “Há um só mundo: falso, cruel, contraditório, persistente e absurdo; mundo esse que é o mundo verdadeiro. Nós precisamos da mentira para triunfarmos da verdade; ou seja, para vivermos”.

Após esta citação, faz o seguinte comentário: “Como eu te entendo, amigo!”

A 10 de Julho, volta a citar o filósofo alemão: “O animal mais sofredor da terra foi aquele que inventou o riso”. E comenta: “É bem verdade, amigo, o que eu sofro para sorrir todos os dias…”

A 11 de Julho, nova citação: “o heroísmo é o estado de espírito dum homem que caminha para um fim único, em face do qual nada mais é tido em consideração. O heroísmo é: a decidida vontade de matar”.

A 12 de Julho, o alcaide escreve no seu diário:”Nietzsche diz que nós nunca temos mais do que uma virtude. Eu até penso que nenhuma”.

A 13 de Julho, escreve, mas não temos a certeza se o alcaide cita Nietzche ou não: “O prazer é a sensação, a ânsia, a sede de poder”.

A 14 de Julho (sexta-feira), mostra-se cansado, e até agastado, por ter aturado uns gajos cujos cognomes não devemos aqui reproduzir. De substancial, na sua nova veia filosófica, apenas o seguinte comentário:

“Não posso estar mais de acordo contigo, meu amigo, quando afirmas que desenvolver todas as faculdades significa desenvolver a anarquia. Para quem está no poder, seria demasiado perigoso”.

A 15 de Julho (sábado à noite, e o diário, neste dia, tem mais folhas escritas). Conversa com o seu diário, evidenciando que já se torna demasiado penoso decorar tanta conversa fiada que, em rigor, não lhe diz nada. E remata, filosoficamente, com esta longa escrita:

“A partir de amanhã, vou dar início, de verdade, e legitimamente, por direito próprio, e não por interposta pessoa, ao meu reinado em terras de Cabral, o ilustre descobridor que há quinhentos anos aqui nasceu. Eu, tal como ele, vou marcar, de forma indelével, o meu reinado na terra de Cabral. Vou decretar um reinado, cuja nobreza de comportamento assenta nos princípios que o meu mentor espiritual Nietzsche proclamava:

• Ter em atenção pormenores externos, desde a linguagem, gestos e olhares;

• Duvidar profundamente daquilo que o coração dita;

• Manter a convicção de que não tenho deveres, porque isso é só para os outros que serão meus súbditos;

• Usar de ironia para com os homens que se mostrem dotados, pois não há ninguém superior a mim;

• Permanecer constantemente com máscara;

• Apreciar as mulheres, mas considerando-as como uma variedade de seres mais pequenos;

• Tal como dizia Maquiavel, manifestar consideração pelos príncipes e pelos padres, porque são mais que importantes para nos levar ao poder;

• Detestar os iluminados;

• Manter sempre a exigência de uma alma inacessível que nada quer com os outros, meus futuros súbditos;

• Estar sempre em cena, representar (mesmo que em certas alturas façamos de bobo da corte);

• Saber criar em toda a parte inimigos”.

E remata: “A nobreza de alma reconhece-se pelo porte altivo, orgulhoso, magnífico, como andamos: sempre a direito”. Mesmo que saiba que vai direito ao precipício – rematamos nós.

Caros leitores, depois de lidas e reflectidas as transcrições que hoje vos presenteamos (e que nos custaram muito caro!), ficámos na dúvida se o escritor do diário tinha feito correctamente uma certa citação de Friedrich Nietzsche. Sendo a nossa formação académica da área da filosofia, foi-nos fácil conferir e matar a curiosidade. Assim, quando F. Nietzsche define heroísmo, afirma: “o heroísmo é a decidida vontade de perecer”. Estão a ver a diferença entre matar e perecer!

Alcaide, como nós entendemos estes teus lapsos de transcrição! E como entendemos, amigo, o teor dos teus princípios e das tuas preocupações existenciais!

8 comentários:

Anônimo disse...

Aqui que ninguém lê deixem-me confidenciar-vos:conheço alguém da alcaidaria que adoptou a "IDEIA" de - Friedrich Nietzsche -

UM POLITICO DIVIDE OS SERES HUMANOS EM DUAS CLASSES:INSTRUMENTOS E INIMIGOS.

E garanto-vos que fez desta ideia do filósofo Alemão, o seu lema de vida.

Anônimo disse...

Mas quem é esse Friedrih Nietzsche?!
Perguntará o alcaide...

Aí entra a sabedoria do seu braço direito e responde:

Inventaram este nome alcaide ,não se inquiete ...

Mas ó alcaide agora aqui só para nós...

A frase mais célebre deste filósofo
foi esta :"HÁ HOMENS QUE JÁ NASCEM PÓSTUMOS".

Tá a imaginar a cara do outro?!
Assim ninguém o "come" por igorante
dá-lhe com esta frase e cala-o logo.

É pequenina e fácil de DECORAR...

Anônimo disse...

errata -onde se lê igorante
leia-se IGNORANTE

Anônimo disse...

Ó viajante ou te picas ou estás bêbado. O Alcaide a ler Nietzsche!? Essa dá para rir. Da ultima vez que estive em casa dele, na sua biblioteca (se é que aquilo se pode chamar biblioteca) só tinha manuais de caça e pesca, do género de :” Como pescar uma truta”, “ Matar coelhos com um tiro”, “ Como espantar a caça aos outros caçadores”, “ Como pescar mais que o parceiro do lado” e mais uns tantos do género. Fora disto, de literatura, só vimos por lá espalhados alguns exemplares do jornal desportivo “ A Bola”. Para ele Nietzsche não passa de uma marca de um electrodoméstico qualquer, ou quando muito é capaz de confundir o nome com um medicamento qualquer do género dos que ele toma para poder dormir, remordido que anda com os “gajos” do Terras”, consta!, mas não usem esta informação que isto é segredo

Anônimo disse...

"Blogues proibidos" analisa casos críticos
Quinta-Feira, 19 de Julho de 2007
"Chicken Charles - o Anti-Herói" focado em livro

O blogue "Chicken Charles - o Anti-Herói" é um dos seis casos analisados no livro "Blogues Proibidos", do jornalista Pedro Fonseca, esta semana colocado nas livrarias pela editora Centro Atlântico
O presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, considera o blogue como a maior ofensa de que já foi alvo na sua carreira política, porque, entre outras coisas, diz ser acusado da utilização de dinheiros e obras públicas para fins particulares nalguns dos artigos publicados. Foi precisamente com esta argumentação que moveu um processo em tribunal contra os suspeitos da autoria do blogue. Um caso que se encontra adiado "sine die" desde 7 de Fevereiro e que começou a ser julgado no Tribunal da Covilhã a 8 de Novembro de 2006.
O impacto dos 'blogs' na vida de personalidades e a sua relação com a imprensa são dois aspectos focados no livro. A obra parte de seis casos concretos que geraram polémica na blogosfera portuguesa e extravasaram as suas fronteiras, obtendo eco nos órgãos de comunicação social. O volume analisa aspectos como o anonimato dos 'bloggers', o recurso de alguns Media aos blogues como sendo fontes fiáveis e os processos em tribunal que a "liberdade de expressão" desta ferramenta já motivou.

"CONSEQUÊNCIAS BASTANTE REAIS"
Inserido na colecção Sociedade da Informação, o livro questiona ainda aplicação da legislação sobre a calúnia e o direito à honra e ao bom nome, que começou a colocar-se, surgindo perguntas relativas aos limites da liberdade de expressão, bem como sobre a dificuldade de transpor directamente certas leis para um meio emergente e acerca da impossibilidade de punir pessoas cuja identidade se desconhece.
Como se lê na contracapa, o livro de Pedro Fonseca pretende mostrar "como a escrita em blogues deixou de ser um fenómeno amador e de audiência limitada" para ter "consequências bastante reais".
Pedro Fonseca é jornalista especializado no impacto social das novas tecnologias e tem colaborado em diversos diários, semanários, revistas, projectos na Internet, programas televisivos e radiofónicos. Orador e moderador em conferências sobre novos Media, recebeu várias distinções e foi membro de júris para a avaliação de projectos multimédia. Define-se como "um 'blogger' activo e atento à blogosfera nacional".

Anônimo disse...

Há uma rapariga que entra na igreja, e chega quase na altura do padre acabar as confissões. O padre ficou muito zangado e disse: - Então vá lá menina. Eu já estou muito cansado, diga lá o que quer! A rapariga pôs-se de joelhos e confessa: - Senhor padre, eu namoro já há alguns anos e cometi um grande pecado. - E qual foi esse pecado? - Disse o padre. - Sabe, ele deu-me a mão... - Mas isso não é pecado nenhum! - Depois demos uns beijinhos... - Isso também não é pecado! - E fizemos amor! - Isso também não é pecado, apesar de serem só namorados! - Pois é, mas ele fez amor de uma maneira diferente, que não é usual. Fez amor anal! E então ela começou a ouvir ressonar. Viu que o padre estava a dormir e foi-se embora. Ia a sair e entra um homossexual todo à pressa para se ir confessar. Diz ele: - Ai, já está quase na hora!!! E quando se ajoelhou na sacristia acordou o padre, que diz: - Então fez amor anal e depois?! - Ai, até parece que o homem é bruxo!!! - Diz o homossexual

Anônimo disse...

ta lindo isto...

Anônimo disse...

Depois de Nietzsche, só mesmo um pouco de humor para desanoviar.